Encontro

Encontrei um poeta,

Perguntei seu nome,

CARLOS, me respondeu.

Rapidamente, percebi

Que não era o DRUMMOND.

Então, segui meu caminho,

Olhando as rosas e as árvores.

Também olhei as pedras,

Mas não estavam no caminho,

Talvez porque o CARLOS que encontrei

Era apenas poeta e não DRUMMOND.

Mais adiante

Encontrei outro poeta, com o nome de FERNANDO,

Continuei andando,

Passei pelos campos e só encontrei “ervas e árvores”.

Lembrei-me logo da Tabacaria.

Pensei que poderia “conquistar o mundo”,

Mas lembrei “que ele é alheio”.

Segui a estrada “olhando para a direita e para esquerda”

De quando em quando, “olhando para trás.

O FERNANDO que encontrei,

Não era o PESSOA.

Mas tudo que surgiu

Fazia lembrar do PESSOA.

Lembrei que ele não era um só,

Por isso sempre está em todos os lugares,

Nos campos, nas estradas, até mesmo em uma Tabacaria.

Às vezes, como RICARDO REIS, ÁLVARO DE CAMPOS, ALBERTO CAIEIRO, ou apenas como FERNANDO PESSOA.